Foto: Sisema/Divulgação
Região onde estão inseridas as comunidades contempladas com o projeto de saneamento não convencional baseado na natureza
O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) apresentou, na tarde dessa quinta-feira (21/10), a 12ª edição do Sisema ComCiência com o tema: “IFMG Forward – Engenharia, saneamento e sociedade — uma trajetória de Santa Luzia até o México”, apresentado pelo professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) — Campus Santa Luzia, Daniel Augusto de Miranda.
Em sua apresentação, Daniel tratou do trabalho desenvolvido em parcerias com alunos do curso de engenharia civil cujo objeto foi a criação de tecnologias para promover o saneamento básico em três comunidades de Santa Luzia, na região conhecida como Izidora — as ocupações Vitória, Helena Greco e Rosa Leão.
Ele explicou que o assentamento informal está inserido na bacia hidrográfica Izidora e possui cerca de 30 mil habitantes, os quais sem acesso ao saneamento visto que o território não tem regularização fundiária. “A área tem grandes erosões e falta estrutura como esgoto tratado”, disse.
Soluções sustentáveis
O projeto apresentado propõe soluções ecológicas para o tratamento de efluentes por meio do sistema Tevap, tanques de evapotranspiração e pelo sistema círculo das bananeiras, uma tecnologia apropriada para destinação das águas cinzas provenientes da cozinha, lavagem de roupas e banho. É construída uma bacia escavada no entorno da área onde se cultiva as bananeiras, plantas com altas taxas de evapotranspiração. O sistema é ideal para reuso da água.
Como uma alternativa para o tratamento de esgoto poderia proporcionar uma melhoria na qualidade de vida dos ocupantes do Izidora, o projeto, que concorreu com outras 169 propostas de países da América Latina e do Caribe, foi premiado no evento internacional E-Hackathon em Água, Saneamento e Higiene, no México, promovido pelo Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), em setembro de 2020.
O professor ressaltou também que não se pode pensar no assentamento informal como invasores, mas como uma comunidade que quer se integrar ao espaço sem causar impacto ambiental. “Essas comunidades têm a preocupação de não destruir, apenas não têm condições financeiras de implementar essas medidas”, disse.
Além disso, ele disse ver as comunidades como um grande laboratório, uma forma de construir uma comunidade completamente diferente, com soluções que respeitem a natureza.
Novas comunidades
O próximo passo é a criação de uma startup como modelo de negócio para desenvolver soluções de saneamento não convencionais baseados na natureza e estabelecer parcerias com prefeituras, ONGs e investidores para expansão em novas comunidades, incluindo as rurais, além de trazer outras propostas de serviços. “Temos necessidade de interagir com investidores que viabilizem nossas ideias, e daremos capacitação com suporte técnico e apresentação de soluções não convencionais baseadas na natureza”, ressaltou.
A apresentação e mediação do evento foi realizada pelo analista ambiental da Assessoria de Programas, Projetos e Pesquisas em Recursos Hídricos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Alexandre Magrineli , com transmissão pela plataforma Meio Ambiente Minas Gerais no Youtube.
Para assistir acesse o link:https://www.youtube.com/watch?v=kr2XPuv10YA
Wilma Gomes
Ascom/Sisema