O Seminário aconteceu no Auditório do Sesc Palladium e contou com a parceria do Sistema Fecomércio, da Câmara Italiana de Minas Gerais, da Secretaria de Estado Extraordinária da Copa (Secopa), da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais (Setur), da Revista Ecológico, da Associação Mineira de Municípios (AMM) e da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Janice Drumond/Ascom Sisema
A Presidente da Feam, Zuleika Torquetti, apresentou o Plano de Redução e Compensação de Gases de Efeito Estufa
O Editor da Revista Ecológico, jornalista Hiram Firmino, mediou os debates do dia e ressaltou a importância das discussões acerca do tema sustentabilidade e em que medida o futebol e os eventos a serem realizados no Brasil poderão ajudar na busca do equilíbrio entre os pilares econômico, social e ambiental.
As ações desenvolvidas pelo Governo de Minas com relação às obras do novo Mineirão foram apresentadas pelo secretário da Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo (Secopa), Tiago Lacerda. Ele citou ações sustentáveis como o uso racional da água; a eficiência energética e a usina solar instalada no Mineirão; o reaproveitamento de 75 mil metros cúbicos de concreto para a produção de asfalto; os assentos antigos reaproveitados em outros estádios brasileiros; a madeira doada para artesãos; a terra reaproveitada e o plantio de 8 mil mudas de árvores na região da Pampulha, chegando a 11 mil até o final de 2013. “Além disso, não podemos desprezar o poder de mobilização que o futebol proporciona, tanto no âmbito ambiental, como no social, como, por exemplo, na promoção de emprego e renda”, disse.
Redução e Compensação de Gases de Efeito Estufa A presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), Zuleika Torquetti, apresentou o Plano de Redução e Compensação de Gases de Efeito Estufa, que detalha e projeta a mitigação desses gases durante os eventos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, a serem realizados no Brasil. De acordo com ela, com o envolvimento da Feam, da Secopa e da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), foi desenvolvida uma metodologia para medir as emissões de gases de efeito estufa, que será aplicada nos eventos da Copa em todo o Brasil. “Nosso desafio é transformar essa metodologia em realidade, envolvendo diversos atores na apresentação, na redução ou compensação dessas emissões durante os eventos esportivos”, frisou.
A presidente citou que o diagnóstico realizado para o Plano projetou que 76% das emissões de gases durante os eventos correspondem aos expectadores como, por exemplo, na utilização de transportes, na hospedagem e no consumo em geral. “É importante, então, que sejam estabelecidas parcerias com outras entidades como empresas e prestadores de serviço, para que pequenas ações de redução ou mitigação sejam tomadas e que, em conjunto com outras ações maiores, poderão gerar bons resultados”, disse.
Experiências Internacionais
No encontro foram apresentadas, também, a experiência das Olimpíadas 2012, em Londres e as Olimpíadas de Inverno 2006, em Turim, na Itália. O engenheiro civil e diretor de Sustentabilidade dos Jogos Olímpicos de Londres, Ed Mc Canm, explicou como foi realizada a etapa de planejamento para a realização das Olimpíadas 2012 e a escolha do local para a construção do Parque Olímpico. “O local escolhido era contaminado e neglicenciado, além de ser a zona mais pobre da Inglaterra, então, nossa meta era construir uma nova cidade, não só para as Olimpíadas, mas investir para o legado”.
O engenheiro civil e Diretor de Sustentabilidade dos Jogos Olímpicos de Londres, Ed Mc Canm, falou sobre as metas ambientais traçadas para realização das Olimpíadas de 2012
Para isso, segundo Mc Canm, foram traçadas metas ambientais. No final das obras o resultado foi que, 99% do resíduo da construção foi reutilizado, reciclado ou recuperado; houve uma redução de 42% nas emissões de carbono com concreto; 100% da madeira usada nas obras era certificada; 67% dos materiais foram entregues por meio de ferrovias ou hidrovias, reduzindo o impacto nas rodovias; houve uma melhoria da rede de transporte público; 58% de redução na emissão de gases de efeito estufa; 100% do lixo operacional foi destinado à reciclagem. “Acredito que Londres 2012 estabeleceu um novo padrão de sustentabilidade para os jogos futuros”, disse.
As ações desenvolvidas pelo governo da região de Piemonte, na Itália, foram apresentadas pelo especialista do Centro Estero Internazionalizzazione Piemonte, Cesare Tromellini. De acordo com ele, 80 nações participaram das Olimpíadas de Inverno 2006 em Turim, envolvendo mais de 2.500 atletas em 84 competições.
Segundo Tromellini, para evitar a construção de novos hotéis e integrar os moradores de Turim às Olimpíadas, foram realizados contratos com a população para que eles pudessem oferecer suas casas como hospedagem, sendo assim, a maioria dos atletas foram hospedados nas casas dos moradores. “94% da população de Turim aprovou as Olimpíadas, alegando que o evento foi um sucesso”, afirmou.
O especialista frisou, também, que uma das maiores heranças materiais deixadas pelas Olimpíadas de Inverno foi a visibilidade da cidade. “Dessa maneira, o mundo pôde conhecer a cultura, a arquitetura e as belezas naturais da cidade de Turim”, disse.
Miss Terra Brasil
Na oportunidade foi lançado, também, o Concurso Miss Terra Brasil 2013, com a apresentação das quatro concorrentes de Minas Gerais. O concurso tem como objetivo contribuir para a divulgação da causa ecológica e da diversidade do ecoturismo em todo o País. A vencedora do Concurso será conhecida em agosto, durante evento realizado no Sul de Minas.