Foto: Emerson Gomes
Washington Rodrigues, da White Martins, afirmou que nenhum caminhão da empresa é destombado ainda carregado
No segundo dia do Seminário de Emergência Ambiental, os profissionais da área conheceram casos práticos, se aprofundaram em aspectos da legislação, responsabilidades criminais e detalhes da certificação para as organizações. O evento foi uma promoção da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Perigosos - CE P2R2 Minas e foi realizado em Belo Horizonte, nos dias 27 e 28 de novembro.
Um dos palestrantes foi o representante da White Martins, Wellington Rodrigues, que apresentou algumas das medidas que a empresa adota em campo no caso da necessidade de transferir a carga de um veículo acidentado para outro e no destombamento de veículos. Ele observou que a organização transporta diversos produtos, mas um deles é o oxigênio, um dos que exige mais cuidados.
Rodrigues destacou que as equipes da White Martins possuem em seus veículos um kit mínimo com os documentos e equipamentos para garantir a segurança. “A avaliação tem que ser muito bem feita, inclusive em pequenas colisões e a decisão pelo destombamento ou transferência da carga só pode ser feita após checagem minuciosa”, afirma.
Ele observa que o oxigênio exige um cuidado redobrado no momento do destombamento da carreta. “O produto não pode entrar em contato com a atmosfera, já que ele aumenta o risco de explosão no local e qualquer centelha pode ser fatal”, afirma. Rodrigues observa que as queimaduras por produtos em temperaturas muito baixas, como é o caso do oxigênio (-150ºC) podem ser piores que as provocadas pelo fogo.
Regap
Foto: Emerson Gomes
Geraldo Rodrigues, da Regap, observou que o Simulado ocorreu em diversos locais simultanelmente
Durante o Seminário foi apresentado o caso de um simulado realizado no entorno da Refinaria Gabriel Passos (Regap) e que envolveu diversas organizações localizadas no entorno da Refinaria, simulando um cenário próximo ao que ocorreu no terminal de Alemôa, em Santos, em 2014. Na oportunidade, um incêndio atingiu sete tanques e mobilizou dezenas de pessoas da Petrobras, Corpo de Bombeiros, Exército, Aeronáutica e outras instituições.
O técnico de Segurança do Trabalho Sênior da Refinaria Gabriel Passos, Geraldo Alves Rodrigues, explica que o simulado tentou reproduzir algumas das condições, envolvendo a própria Regap, o terminal de transporte de combustível da Ipiranga e o terminal de ferroviário VLI. “Simulamos um choque entre vagões provocando um incêndio que se espalhou para os tanques e teve duas vítimas com queimaduras e traumas”, afirma.
Rodrigues explica que o desdobramento do incêndio seria a possibilidade de o incêndio atingir a comunidade vizinha, que é composta de 262 residências, 4 prédios e uma escola, num total de três mil pessoas. “O impacto ambiental imediato seria a poluição hídrica com a contaminação da lagoa da Regap”, destaca.
Para realizar um simulado e, principalmente, numa ação real, segundo o técnico da Regap, é essencial conhecer o local. Entre as lições principais apresentadas por ele ficou a lição de que devem ser muito bem traçadas as estratégias de avaliação de riscos para as equipes de controle e comunidades vizinhas nos diferentes perímetros de segurança.
“Todas as atividades têm que ser executadas em conjunto com os órgãos competentes”, explica Geraldo Rodrigues. Para isso, a Regap desenvolve um Plano de Auxílio Mútuo que envolve empresas vizinhas, Prefeituras, Corpo de Bombeiros, Polícias e a própria Semad. “Além das medidas diretas de controle do evento, como resfriamento dos tanques e fornecimento de água, existem outras ações como a interrupção no trânsito”, observa.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema