Foto: Ingrid Báo
Workshop do Carbono foi realizado em auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e transmitido ao vivo pelo canal do Youtube do Meio Ambiente
Considerado uma ferramenta para a mitigação dos efeitos da mudança climática, o mercado de crédito de carbono foi tema de workshop realizado, nesta terça-feira (30), pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o projeto Conexão Mata Atlântica. O evento reuniu representantes do IEF, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e de diversos setores econômicos e ambientais de Minas Gerais.
Com palestras sobre a história, panorama e cases de sucesso, o Workshop do Carbono foi realizado em auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e transmitido ao vivo pelo canal do Youtube do Meio Ambiente. O tema foi abordado dentro das perspectivas de mitigação dos efeitos da mudança climática, uma vez que o mercado é um sistema que estabelece limites para as emissões de gases de efeito estufa e permite que empresas, governos e organizações comprem e vendam créditos de carbono.
Esses créditos representam a redução de emissões de CO2 ou outros gases, provenientes de projetos que visam à redução ou remoção dessas emissões. “O workshop nos permitiu discutir o mercado de carbono, as oportunidades que ele pode trazer ao produtor rural e a perenidade que pode proporcionar aos projetos de conservação e de restauração. É um momento de trabalharessa ferramenta, que é um dos mecanismos de pagamento por serviços ambientais, e de saber como ela pode ser acessível ao produtor rural”, comentou o diretor de conservação e recuperação de ecossistemas do IEF, Cézar Cruz.
Segundo ressaltou o coordenador do projeto Conexão Mata Atlântica e analista ambiental do IEF, Marcelo Araki, as mudanças climáticas constituem um dos maiores desafios da atualidade, ocupando um espaço cada vez maior nas discussões políticas, econômicas e sociais. “Esse workshop reuniu empresas e pessoas com conhecimento sobre o tema, para que possamos atualizar os participantes sobre o assunto e entender como os produtores rurais podem acessar o mercado de carbono”, disse, ressaltando que as ações necessárias para mitigação e adaptação, ao mesmo tempo em que impõem um grande desafio, geram oportunidades concretas ao desenvolvimento econômico, social, científico e tecnológico.
Palestras
A primeira parte do evento contou com palestras nos quais representantes de organizações apontaram a realidade do mercado de carbono e as expectativas sobre ele. A segunda parte abordou questões legislativas e cases de organizações públicas e privadas. A palestrante Valéria Silva, da Carbon Flore, citou como tem sido a cobrança em outros países pelos gases de efeito estufa e mostrou as possibilidades que existem no Brasil. “No país, ainda não há uma regulamentação desse mercado e, com isso, o que temos, é um mercado voluntário, no qual o assunto é uma estratégia das empresas”, diz.
Segundo o diretor do departamento para Clima e Sustentabilidade do MCTI, Osvaldo Luiz Leal de Morais, uma regulamentação para o mercado de carbono é uma discussão que envolve setores da economia, ciência, tecnologia e da inovação, uma vez que as metodologias deverão ser seguras para um resultado eficaz.
Aquisição de crédito
Os mercados de crédito de carbono permitem que empresas, organizações e indivíduos compensem as suas emissões de gases de efeito estufa a partir da aquisição de créditos gerados por projetos de redução de emissões e/ou de captura de carbono. A ideia por trás deles é transferir o custo social das emissões para os agentes emissores, ajudando a conter o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Conexão Mata Atlântica
O Conexão Mata Atlântica, coordenado pelo IEF, em Minas Gerais, visa promover a recuperação e a preservação dos serviços ecossistêmicos associados à biodiversidade e ao aumento do estoque de carbono em áreas prioritárias do corredor sudeste da Mata Atlântica brasileira. A iniciativa conta com ações estruturadas nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. As ações previstas em Minas envolvem a restauração de florestas nativas e de áreas produtivas nas sub-bacias do Rio Pomba e Muriaé e dos rios Preto e Paraibuna, localizados na Zona da Mata Mineira.
Luciane Evans
Ascom/Sisema