Foto: Wilma Gomes/Ascom Sisema
Professor Paulo Sérgio Beirão abordou o papel da ciência e da tecnolcogtia para o desenvolvimento de uma sociedade
O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) abriu a temporada 2021 do programa de divulgação científica “Sisema com Ciência”, na última sexta-feira (26/2), trazendo o professor Paulo Sérgio Lacerda Beirão, Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) para falar sobre o tema “O Papel da Ciência no Desenvolvimento Sustentável”.
O professor abordou, entre outros assuntos, alguns exemplos de contribuições da ciência e tecnologia brasileiras em diversos setores da sociedade; as fragilidades e potencialidades de Minas Gerais, na atualidade; e sinalizou a inovação na pesquisa como uma vitrine tecnológica. Beirão também apontou o baixo Produto Interno Bruto (PIB) como reflexo da falta de investimento em pesquisa e tecnologia no Brasil e frisou a importância da parceria entre comunidade científica e os órgãos ambientais.
Questionado sobre ser inevitável um conflito entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Economia, o professor afirmou que não. ”Para uma economia tradicional predadora a resposta é sim. Mas existem alternativas economicamente viáveis de preservação do meio ambiente”, disse.
Beirão também deu exemplos e por meio de gráficos demonstrou como outros países alcançaram grande desenvolvimento econômico e social ao investirem em Ciência, Tecnologia e Educação. “A Coréia, por exemplo, mostrou que é possível um país sem tradição em ciência e tecnologia mudar seu padrão de desenvolvimento”, pontuou. Beltrão disse isso se referindo à ascensão econômica atingida pela Coréia.
De acordo com ele, apesar do financiamento pequeno e instável no Brasil, o país também se beneficia de avanços realizados por suas instituições de pesquisa. A palestra abordou vários exemplos de contribuições da ciência e tecnologia brasileiras em diversos setores da sociedade.
Ele também falou da importância da produção do Uxi, planta nativa da Amazônia, que no mercado internacional é cotado a quase 30 Euros a cápsula. “Se a gente olhar o valor de um grama da Bergenina, que é o princípio ativo, custa R$ 70 mil. Se a gente for comparar com o ouro, um grama do ouro com a cotação de ontem é R$ 313, ou seja, isso vale muito mais do que ouro. Se a gente desflorestar estamos jogando fora a Bergenina e a possibilidade de utilizá-la comercialmente”, explicou.
SISEMA COMCIÊNCIA
O Sisema com Ciência é transmitido pelo canal “Meio Ambiente Minas Gerais” no Youtube e ao final os internautas têm a oportunidade de fazer perguntas ao palestrante por meio do mediador. A iniciativa busca dar visibilidade a produções técnico-científicas, levando em conta a grande quantidade de estudos acadêmicos em instituições públicas e privadas, e que podem contribuir para um novo olhar na temática ambiental.
A próxima edição do evento está inserida nas programações do Mês da Água que acontecem ao longo de todo o mês de março. O Sisema ComCiência será realizado na próxima sexta-feira (5/3) com a palestra da professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Teresa Cristina Tarlé Pissara, que irá abordar o tema "Produção de Água Limpa em Bacias Hidrográficas: Risco de Segurança Hídrica e Pagamento por Serviços Ambientais". A palestrante vai expor sobre a preocupação com a garantia de água em quantidade e qualidade para os diversos fins, bem como os problemas das secas e das cheias.
Wilma Gomes
Ascom/Sisema
