Minas se prepara para assumir autoria do Monitor de Secas

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Criado: Qui, 17 out 2019 16:41 | Atualizado: Ter, 27 ago 2024 17:39


 

Foto Divulgação Igam

MonitorSecas2 Dentro

Oficina prepara técnicas de Minas Gerais para realizar mapeamento regular da situação da seca no Estado

 

Técnicas do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) participam, desde setembro, de oficinas mensais promovidas pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), voltadas à formação de novos autores para o Mapa Monitor de Secas. Ao final do treinamento, Minas terá condições de se tornar um dos cinco estados do país, junto de Bahia, Ceará, Pernambuco e Espírito Santo, responsáveis pelo mapeamento regular e periódico da situação de seca em toda região Nordeste e parte do Sudeste brasileiro.

 

Durante o treinamento, que conta com a participação das analistas Paula Souza e Luiza Ribas da Gerência de Monitoramento Hidrometeorológico e Eventos Críticos do Igam, são abordados diversos temas como: monitoramento e indicadores de seca de curto e longo prazos, principais sistemas climáticos e meteorológicos do Brasil, bem como sua representação nos indicadores e produtos de apoio do Monitor de Secas, ocorrência de chuvas, evolução continuada de secas, representação e início de estiagem, dentre outros assuntos.

 

Dividida em quatro etapas, a Oficina de Autoria do Mapa do Monitor de Secas já foi realizada em Brasília e Fortaleza, nos meses de setembro e outubro, respectivamente. A próxima edição será realizada entre os dias 8 e 11 de novembro em Vitória, no Espírito Santo, ficando Belo Horizonte com o fechamento do curso, nos dias 9 e 10 de dezembro.

 

A analista de hidrologia do Igam, Luíza Ribas, participante do treinamento, destaca o protagonismo de Minas Gerais ao assumir a autoria do projeto, sendo também o primeiro estado fora do Nordeste a participar do programa.

 

“No futuro, pretendemos expandir o monitoramento a outras regiões brasileiras, o que representa um grande desafio devido a diversidade climática do país. Neste contexto, Minas contribui significativamente para converter o Monitor em um mecanismo de integração da informação de nível federal, estadual e municipal nas áreas de meteorologia, recursos hídricos e agricultura”, ressalta Luíza. 

 

Monitor de Secas

 

O Monitor de Secas acompanha mensalmente como a seca está progredindo (melhorando ou piorando) em todos os estados do Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo. Os resultados consolidados deste monitoramento são divulgados por meio de um mapa: o Mapa Monitor de Secas. Este mapa apresenta uma “fotografia” atual da situação de seca nas regiões analisadas.

 

O Monitor de Secas tem como objetivo integrar o conhecimento técnico e científico já existente em diferentes instituições estaduais e federais para alcançar um entendimento comum sobre as condições de seca, como: sua severidade, a evolução espacial e no tempo, e seus impactos sobre os diferentes setores envolvidos. O projeto facilita a tradução das informações em ferramentas e produtos utilizáveis por instituições tomadoras de decisão e indivíduos, de modo a fortalecer os mecanismos de Monitoramento, Previsão e Alerta Precoce.

 

Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, região historicamente mais afetada por eventos deste tipo. No final de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do país são afetadas em maior ou menor grau por fenômenos dessa natureza, foi iniciada a expansão da ferramenta para a inclusão de outros estados. Em novembro de 2018, Minas Gerais foi incorporado ao processo. A partir de abril deste ano o Espírito Santo passou a participar do projeto.

 

O Monitor de Secas foi inspirado no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação do mapa final. A metodologia utilizada no processo implica na indicação das áreas em condição de seca relativa, ou seja, as categorias de seca em uma determinada região são estabelecidas em relação ao seu próprio histórico.

 

Edwaldo Cabidelli
Ascom/Sisema