Representantes de órgãos ambientais, centros de pesquisas e universidades discutiram nesta sexta-feira (20), em Belo Horizonte, um novo modelo de monitoramento da qualidade das águas para o Estado, durante o 10 Seminário Mineiro de Encontro das Águas (Semeáguas). O evento foi uma realização da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e Projeto Manuelzão.
O novo modelo prevê o monitoramento de todo o ambiente aquático, com a inclusão de indicadores biológicos. Esta mudança atende a uma determinação da Deliberação Normativa (DN) Conjunta do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), n0 1/ 2008. De acordo com a gerente de Monitoramento e Geoprocessamento do Igam, Zenilde Guimarães Viola, a norma exige que o Estado estabeleça até 2012 uma metodologia de avaliação e classificação dos ambientes aquáticos em Minas Gerais. “Os indicadores biológicos serão utilizados para classificação de ambientes aquáticos, em caráter piloto, na bacia do rio das Velhas”, complementou Zenilde.
As diretrizes e a metodologia para o novo monitoramento serão estabelecidas por um Grupo de Trabalho Multidisciplinar (GTM), como determina a DN 01/2008. O GTM foi instituído nesta sexta-feira, e é composto por representantes do Igam, Feam, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Emater, Cetec, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Prefeitura de Belo Horizonte, Projeto Manuelzão e as empresas Limnos/Sanear e Delta-Eco.
A primeira reunião do grupo aconteceu no período da tarde com a apresentação de experiências de biomonitoramento já realizadas pelas próprias instituições participantes. A próxima reunião do grupo acontecerá no dia 18/12, às 9h, no Cetec, para discutir uma agenda de trabalho e um cronograma de atividades que resultará na construção das diretrizes e metodologia para este novo monitoramento.
Experiências
Durante o Seminário, também foram apresentadas experiências de monitoramento de ambientes aquáticos na Europa e Estados Unidos. O coordenador do Departamento de Ecologia de Ambientes Aquáticos do Instituto Alemão Emscher Genossenschaft-Lippverband, Mário Sommerhauser, destacou que o país segue recomendações da Diretiva Européia, que estabelece uma série de exigências e metas que devem ser cumpridas até 2015 por todos os países da União Européia. “A Alemanha possui 6688 sítios de monitoramento e 33 mil quilômetros de cursos de água monitorados”, informou. A avaliação inclui parâmetros químicos e biológicos e permite avaliar o nível de poluição orgânica, acidificação e a hidromorfologia, ou seja, as formas físicas dos ambientes aquáticos.
Nos Estados Unidos o monitoramento é realizado há 20 anos, e iniciou no estado de Oregon. De acordo com o pesquisador da Oregon State University, Robert Hughes, a Lei das Águas Limpas do país determinou que o monitoramento deve avaliar todos os cursos de água da nação, o que é feito por meio de amostragens, com uma distribuição espacial equilibrada. “O monitoramento tem freqüência bianual e avalia os parâmetros físico-químicos e a integridade biológica dos ambientes aquáticos”, explicou Robert. Ele acrescentou que os pontos de monitoramento não são fixos e variam ano a ano.
Fonte: Ascom/ Sisema
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