Fotos: Valquiria Lopes
Durante evento de lançamento, no auditório da CPRM, foram apresentados os resultados dos estudos do projeto
O Norte de Minas terá uma nova ferramenta de análise de suas águas subterrâneas. Nesta sexta-feira, 10 de maio, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) lançaram o Projeto Águas do Norte de Minas (PANM). O estudo técnico faz a avaliação das disponibilidades hídricas subterrâneas das regiões Norte, Nordeste e Noroeste de Minas, áreas notadamente marcadas pela escassez de água no Estado. A solenidade de lançamento ocorreu no auditório da CPRM, em Belo Horizonte.
O estudo, realizado por mais de 40 técnicos e pesquisadores ao longo de 10 anos, permitiu conhecer profundamente o comportamento das águas subterrâneas e superficiais e referendou o volume de 14 mil litros de água subterrânea por dia, como sendo o valor de uso insignificante de captação de água nessas regiões.
Diretora-geral do Igam, Marília Melo, fala da importância do PANM para fomentar a captação de água subterrânea de forma assertiva
“Nós temos hoje plenas condições de identificar o potencial hídrico subterrâneo do Norte de Minas. Isso se deve ao PANM e ao elevado nível de detalhamento dos estudos realizados. Pretendemos estender esta iniciativa às demais regiões do Estado”, afirmou a diretora-geral do Igam, Marília Melo.
De acordo com a diretora, a realização do estudo foi uma demanda que o Igam recebeu do Norte de Minas após a aprovação do critério de captação de uso insignificante, ou seja, aqueles usos destinados à irrigação de pequenas áreas, consumo humano, ou para matar a sede de animais. O pedido foi que o Instituto avaliasse a disponibilidade de águas na região para referendar os critérios de uso aprovados anteriormente, sem comprometer os aquíferos da região”.
Para o chefe do Departamento de Hidrologia do CPRM, Frederico Peixinho, o projeto criou um novo paradigma na gestão das águas. “Ele é um referencial de conscientização para desenvolvimento e manutenção de uma base de dados sólida e organizada relacionada ao potencial hídrico de uma área marcada pela baixa densidade pluviométrica e reduzida oferta hídrica”, disse.
A região abrangida pelo projeto possui cerca de 260 mil km² e contempla cerca de 181 municípios que possuem grande diversidade climática, geológica, hidrogeológica e geomorfológica. A maior parte da área estudada (88%) se concentra nas bacias dos rios São Francisco e Jequitinhonha. O restante se distribui nas bacias dos rios Mucuri e Pardo, além das bacias do Leste: rios Jucuruçu, Itanhém (Alcobaça) e Buranhém.
O trabalho resultou em outros produtos, como o Atlas Cartográfico do PANM, o Relatório de Estudos para as Bacias Representativas e as de Integração Regional, e ainda a Base de Dados Georreferenciada. Esta última composta por todos os levantamentos obtidos durante o projeto e sobretudo um desenho do aquífero com um cadastro robusto de dados.
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HOMENAGEM
Família da servidora do Igam Maricene Paixão, uma das idealizadoras do PANM e que faleceu em 5 de abril, recebeu homenagem pela dedicação dela no projeto
Durante o evento de lançamento foi prestada homenagem a uma das executoras do projeto, a analista ambiental do Igam, geóloga e especialista em hidrologia, Maricene Menezes de Oliveira Mattos Paixão. Maricene faleceu no último dia 5 de abril. Na oportunidade, foi entregue uma placa aos seus familiares, como forma de agradecimento pelos excelentes trabalhos desenvolvidos em favor do meio ambiente, especialmente no Projeto Águas do Norte de Minas.
Edwaldo Cabidelli
Ascom/Sisema