Monitoramento dos esgotos mostra que vírus foi encontrado em todas as amostras de esgoto
O Boletim de Acompanhamento nº 21 do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos, divulgado nesta sexta-feira, 6 de novembro, mostrou piora dos dados, com tendência geral de aumento das estimativas de pessoas infectados com o novo coronavírus em Belo Horizonte e Contagem (Minas Gerais). As amostras dos esgotos coletados na capital mineira permitem estimar que cerca de 450 mil pessoas estavam infectadas pelo vírus na mais recente semana de estudo (26 a 30 de outubro). Em Contagem, estima-se em 100 mil pessoas contaminadas.
O projeto-piloto é uma iniciativa conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis/UFMG), em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
A estimativa indica forte aumento nos infectados nas áreas do estudo. No boletim anterior, haviam sido estimadas 80 mil pessoas infectadas e em 110 mil pessoas na semana anterior. Em julho, o patamar de pessoas infectadas pelo novo coronavírus chegou a ser estimado em 850 mil pessoas nas regiões abrangidas pelo estudo. Nas semanas epidemiológicas apresentadas no atual boletim (semanas 43 e 44, de 19 a 30 de outubro), todas as regiões monitoradas apresentaram resultado positivo para o coronavírus.
“O cenário de aumento significativo das estimativas de população infectada na semana epidemiológica 43 e a perspectiva de aumento ainda maior na semana epidemiológica 44 podem ser indícios de um agravamento da pandemia, que pode estar relacionado à gradativa retomada de atividades do setor de serviços, bem como às aglomerações, em especial em ambientes fechados, entre outros motivos. Esse conjunto de fatores apontam para potencial aumento da circulação do vírus e, consequentemente, novo agravamento da pandemia em Belo Horizonte”, afirmam os pesquisadores.
Agência Nacional de Águas