O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) participou de 7 a 11 de novembro de uma visita de campo na bacia do rio Doce, a fim de colaborar com a escolha dos pontos onde serão instaladas 22 estações de monitoramento da água. A instalação das estações tem como objetivo atender ao Programa Quali-quantitativo das Águas e dos Sedimentos no Rio Doce e determinar, de forma sistemática, os parâmetros de qualidade das águas dos rios Doce, do Carmo e Gualaxo do Norte.
O monitoramento sistêmico da qualidade da água nesses rios possibilitará a identificação de anomalias, variações e tendências desses parâmetros, o acompanhamento de alterações abruptas de curto prazo na qualidade das águas, associadas a intervenções que venham a ser empreendidas na calha do rio e informar os usuários sobre o estado das águas.
O Programa de Monitoramento foi desenvolvido por meio de uma parceria entre analistas ambientais da Agência Nacional das Águas (Ana), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), do Igam, do Instituto Estadual de Meio Ambiente do Estado do Espírito Santo (Iema) e técnicos da Fundação Renova, responsáveis pela implantação do Programa.
Além da determinação do local ideal para instalação das estações, os analistas dos órgãos envolvidos trataram, também, dos modelos e especificações das estações automáticas que serão adquiridas pela Empresa Samarco. “A participação do Igam nesse trabalho e também na Câmara de Segurança Hídrica e Qualidade das Águas do CIF é de grande relevância, pois permite que o órgão gestor das águas em Minas Gerais acompanhe e possa determinar ações que visem a recuperação da qualidade das águas do rio Doce e dos corpos hídricos afetados na bacia pelo desastre ocorrido no ano passado”, disse Regina Pimenta, analista ambiental e representante do Igam no Comitê Interfederativo, criado após o rompimento da barragem de fundão e que conta com a participação de órgãos dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, União e também prefeituras.
Regina Pimenta ressaltou, também, que o monitoramento da qualidade das águas é uma competência institucional do Igam e, nesse contexto, já contava com 64 estações de monitoramento na bacia do rio Doce, sendo que 12 estações na calha do rio Doce apresentam monitoramento mensal de vários parâmetros há alguns anos. “Este fato reforça uma série histórica de dados que permite melhor caracterização da atual situação do rio e mais determinação nas ações mitigadoras”, ressaltou.
Os resultados da visita de campo serão apresentados e validados na próxima reunião do Comitê Interfederativo (CIF), instituído no âmbito do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta - TTAC, firmado pela Samarco e suas controladoras, o governo Federal e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Milene Duque
Ascom/Sisema