Projeto pretende aumentar os conhecimentos específicos sobre o cateto, espécie de porco que se encontra ameaçado de extinção em Minas Gerais. O trabalho será executado durante três anos no município de Ouro Preto, onde 20 exemplares da espécie são criados em cativeiro e recebem cuidados especiais.

O cateto, pecari tajacu, é um porco nativo das Américas, presente em todo o território nacional. Ele pode ser encontrado também em praticamente todas as Américas, do sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. É conhecido ainda com caititu ou porco-do-mato, mede cerca de um metro de comprimento e pode pesar entre 15 e 28 quilos.

O projeto é desenvolvido no Centro de Referência em Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável José do Carmo Neves (Creads), instalado na Fazenda Engenho d´Água, localizada na área rural de Ouro Preto. Uma equipe multidisciplinar de pesquisadores estudará os animais por três anos, colhendo detalhes comportamentais de cada um deles.

O engenheiro agrônomo e coordenador do Creads, Helton Aguiar Neves, explica que, na fase atual, os animais estão sendo monitorados. “Estão sendo aplicados métodos de reconhecimento de predadores e não predadores, sobrevivência, avaliação parasitológica, análise de diversidade genética e estrutura populacional”, explica.

Neves observa que serão pesquisados 20 dos 66 catetos existentes na Fazenda. “Todos os animais que serão estudados são descendentes de matrizes e reprodutores transferidos pelo Ibama e pelo IEF”, afirma. Ele observa, ainda, que o próprio Creads tem autorização de manejo.

Crédito: Evandro Rodney

Catetos fotografados na Fazenda Engenho d´Água

 

Conservação da natureza

O projeto para estudo dos catetos é uma medida conservacionista urgente diante das fortes ameaças que a espécie vem sofrendo em Minas Gerais, ao ponto de ser considerada ameaçada de extinção. A caça excessiva e a destruição do habitat natural levaram à diminuição das populações no Estado.

O projeto envolve organizações ligadas à conservação e à pesquisa sobre a natureza, apoiadas pela empresa Vallourec. A parceria inclui o Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Creads, as Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG), de Ouro Preto (Ufop) e de Viçosa (UFV) e a Univerity of Salford-Manchester (Reino Unido).

A diretora de Pesquisa e Proteção à Biodiversidade do IEF, Sônia Aparecida Cordebelle, explica que a iniciativa é de extrema importância, pois os resultados das pesquisas permitirão apurar o conhecimento sobre os catetos e sua importância na natureza. “A parceria entre diversas instituições cria uma rede de relações favorável para a conservação da fauna e de toda a biodiversidade”, destaca.

Emerson Gomes
Ascom/Sisema