Os integrantes da Câmara Técnica Especializada de Atividades Agrossilvipastoris (CAP) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) debateram, na 3ª reunião ordinária realizada nessa quinta (30/03), os programas estaduais de restauração e desenvolvimento florestal e temas ligados à agricultura de baixa emissão de carbono.
A diretora de Conservação e Recuperação de Ecossistemas do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Fernanda Teixeira Silva, apresentou um painel sobre os programas e projetos que a instituição mantém para a restauração dos biomas do Estado. Um dos programas citados é o de fomento florestal pelo qual o IEF disponibiliza mudas, insumos e orientações técnicas aos proprietários rurais interessados na recomposição florestal de suas propriedades.
Crédito: Emerson Gomes
Durante reunião da CAP foram apresentados os programas estaduais de restauração e desenvolvimento florestal
“De 2006 a 2015, os programas de fomento do IEF apoiaram a recuperação de 84,7 mil hectares, tendo sido produzidas cerca de 17,3 milhões de mudas”, explicou. Outro projeto de recuperação florestal do Governo de Minas destacado por Fernanda Teixeira é o “Plantando o Futuro”, por meio do qual foi formalizado Termo de Cooperação Mútua entre Codemig e IEF, prevendo a reestruturação de três viveiros do IEF, os quais serão responsáveis pela produção de dois milhões de mudas por ano para atendimento ao Projeto.
Fernanda Teixeira também apresentou os detalhes do reconhecimento do primeiro corredor ecológico criado em Minas Gerais, o Sossego-Caratinga. O corredor ecológico de Minas Gerais promove a conexão de áreas de Mata Atlântica da região tendo como eixo de ligação as Reservas Particulares do Patrimônio Natural Mata do Sossego, em Simonésia, e Feliciano Miguel Abdala, em Caratinga. A criação é fruto de uma parceria entre o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a Fundação Biodiversitas.
“O corredor proporciona a conectividade entre remanescentes florestais, incluindo unidades de conservação, favorece o fluxo gênico entre populações, reduzindo os efeitos negativos da fragmentação do bioma, além de contribuir para a conservação e recuperação de áreas degradadas”, afirmou. “O corredor serve como um instrumento de gestão territorial onde serão priorizados ações e recursos”, completa.
Fernanda Teixeira trouxe ainda detalhes da parceria do Governo de Minas com o da Alemanha, por meio do Banco KfW, que resultou no Projeto de Recuperação da Mata Atlântica (Promata) – Fase II, o qual tem apresentado melhorias significativas em sua execução. Ela destacou ainda o Projeto de Recuperação e Proteção de Serviços de Clima e Biodiversidade no Corredor Sudeste da Mata Atlântica Brasileira que possui recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e do Acordo de Cooperação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O projeto de cinco anos de duração foi assinado em 2016 prevê a aplicação de 5,75 milhões de dólares em ações de recuperação e preservação de serviços ecossistêmicos associados à biodiversidade e captura de carbono da floresta na bacia do Rio Paraíba do Sul, na divisa de Minas Gerais com os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Destacou, por fim, o Projeto Siderurgia Sustentável, Coordenado pelo MMA e implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, com participação das instituições: MCTIC, MDIC e Governo de Minas Gerais. É financiado com Recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), que envolve um arcabouço institucional e normativo, o fortalecimento da base tecnológica e da capacidade humana e a criação de um mecanismo de apoio a novos investimentos na produção de carvão vegetal, baseado no monitoramento de desempenho.
Carbono
O representante do Ministério da Agricultura e Pecuária, Fernando Costa, apresentou os planos do Governo Federal para estimular a agricultura com baixas emissões de carbono na atmosfera. “O produtor rural percebe as mudanças de clima nas secas prolongadas, no baixo volume de chuvas e em eventos climáticos extremos que são cada vez mais frequentes e intensos”, afirmou.
Costa defendeu que são necessárias mudanças tecnológicas na agricultura para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e aumentar o sequestro de carbono com o plantio de espécies nativas e exóticas. “É importante elevar a compreensão dos problemas e avaliar as vulnerabilidades”, observou. “Uma das iniciativas do Governo Federal são os planos setoriais que, na agricultura, resultaram no Plano ABC que, inclusive, disponibiliza linhas de crédito para sistemas com baixa emissão de carbono”, completou.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema