Foto: IEF/Divulgação
O I Seminário de Pesquisas Integradas do PERD buscou traçar estratégias que visem à conservação de espécies ameaçadas
Com quase 36 mil hectares, o Parque Estadual do Rio Doce (PERD) possui a maior área contínua de mata atlântica preservada em Minas Gerais, o que faz do espaço abrigo para várias espécies da fauna, inclusive, muitas delas ameaçadas de extinção. De olho nesse patrimônio natural, pesquisadores se reuniram entre os dias 15 e 17 de dezembro, durante o I Seminário de Pesquisas Integradas do PERD, para traçar estratégias que visem à conservação de espécies ameaçadas.
Durante o seminário, pesquisadores e biólogos falaram, por exemplo, sobre a importância da integração da pesquisa com as unidades de conservação, além de dicas para mapear os animais, identificando vestígios e as respectivas espécies da fauna. “Foi uma união de esforços para integrar protocolos que nos permitam otimizar recursos e dinamizar a informação para obtermos mais resultados práticos”, afirma Vinícius Moreira, gerente do parque.
O objetivo do grupo é obter um relatório anual de todo seminário realizado e que o documento seja usado como norteador para a elaboração do Plano de Fomento de Pesquisa Científica, que será realizado junto com a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que vai investir R$ 21 milhões no Parque em quatro anos. O aporte deve alavancar ainda mais as pesquisas.
Espécies
Entre as espécies ameaçadas de extinção abrigadas no parque está o tatu-canastra. O animal pode pesar até 60kg e chegar a 1,50m de comprimento. Ele é conhecido como “engenheiro ecológico”, pois realiza escavações para sua própria sobrevivência e reprodução que, posteriormente, se tornam habitats para outros mamíferos e aves.
“É uma espécie que chamamos de “guarda-chuva”, pois, protegendo essa espécie, protegemos várias outras. Uma interação ecossistêmica muito próxima e importante”, destaca Vinícius.
Quem também está no parque é o pássaro popularmente conhecido como bicudo. Ele foi localizado na unidade de conservação no início de 2020, após passar 80 anos sem ser identificado em Minas Gerais. Onças pintadas e macacos também circulam pelo parque.
Títulos
O Parque Estadual do Rio Doce carrega consigo títulos ambientais importantes. O espaço é considerado um Sítio Ramsar, categoria internacional que reconhece as áreas úmidas prioritárias para conservação de biodiversidade internacional. Além disso, o PERD é reconhecido como Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Futuramente, o parque vai pleitear, no plano de trabalho com a Oscip, o reconhecimento como sítio do Patrimônio Natural da Humanidade, único título que falta para a unidade de conservação.
Matheus Adler
Ascom/Sisema