Um símbolo da capital mineira localizado aos pés da Serra do Curral chegou aos seus 86 anos de existência. O Parque Florestal Estadual da Baleia, unidade de conservação administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), fez aniversário no dia 27 de janeiro, se mantendo como importante ator na preservação ambiental de Belo Horizonte e da Região Metropolitana. A reserva faz divisa com o Parque Municipal das Mangabeiras. Também está inserido na zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola Moça e nos limites da Área de Proteção Ambiental Estadual Sul RMBH, compondo assim um corredor ecológico de expressivo valor ambiental na Grande BH.
O parque foi a primeira unidade de conservação criada em Belo Horizonte e uma das primeiras do estado. Criado pelo Decreto Estadual nº 28. 162 de 1988, o Baleia tem a finalidade de resguardar o patrimônio florestal e paisagístico de Belo Horizonte e oferecer à população possibilidades de recreação e lazer. Inicialmente, a unidade de conservação foi batizada de Jardim Botânico da Fazenda da Baleia, por meio do Decreto Estadual nº 10.232/1932. Na ocasião, ele tinha como objetivo servir de área para estudo da flora mineira e aclimatação de plantas de valor econômico.
Foto: Acervo IEF
O Parque Florestal Estadual da Baleia é um importante ator na preservação ambiental de Belo Horizonte e da Região Metropolitana.
O analista ambiental do IEF, Carlos José Andrade Silveira, ressalta a importância do parque pelo simbolismo histórico que representa para o município, além de sua localização e contexto histórico cultural. Ele lembra que no início da capital mineira a região era conhecida como serra do Tombadouro.
De acordo com Silveira, a gestão do parque é pautada na proteção de sua área, com o desenvolvimento de ações como a prevenção e o combate a incêndios florestais e a realização de planos de ação para redução das pressões urbanas. “A região passa por uma fase de possível regularização fundiária, por meio do processo de licenciamento ambiental municipal de parcelamento do solo da Fazenda da Baleia, região onde está localizado”, afirmou. Segundo ele, há previsão de que a gestão da área seja compartilhada, com o apoio técnico de outras unidades de conservação, para que os objetivos de um jardim botânico, inicialmente idealizado para a unidade, sejam cumpridos.
O analista lembra que os debates em torno da gestão do parque são uma grande oportunidade para que a sociedade e o IEF possam tornar possível a implantação do jardim botânico. “Essa discussão poderia mudar de vez o cenário atual para um futuro mais promissor e adequado ambientalmente para aquela região”, frisou.
Parque da Baleia
A escolha do nome do parque, segundo relatos da comunidade local, está relacionada a uma formação rochosa da região com forma que faz lembrar o corpo de uma baleia.
A unidade de conservação possui 102 hectares e está inserida no bioma Mata Atlântica, na faixa de transição com o Cerrado. É uma importante área que garante a proteção de diversas espécies de flora e fauna, além de apresentar exuberante riqueza natural.
Entre as tipologias da flora observadas no parque estão o campo rupestre, ecossistemas encontrados sobre os topos de serras e chapadas, de altitudes superiores a 900 metros, com afloramentos rochosos, encontrados nos topos das serras mineiras e remanescentes de Mata Atlântica.
Na região já foram vistos lagartos e outros répteis, aves como maritacas, tucanos e, ainda vários mamíferos como cotias, macacos, esquilos, entre outras espécies. Dentro das matas é possível encontrar também as ruínas de um muro de pedra construído por escravos, com aproximadamente um quilômetro, que são os vestígios do antigo Curral Del Rey.
O parque é administrado pelo IEF, órgão responsável por coordenar, orientar, desenvolver, promover e supervisionar a execução de ações e pesquisas relativas à manutenção do equilíbrio ecológico e à proteção da biodiversidade. Os trabalhos na unidade são realizados em parceria com a Fundação Benjamin Guimarães-Hospital da Baleia e com a Fundação de Parques Municipais-Brigada 1, da Prefeitura de Belo Horizonte.
Visitação
O parque pode ser visitado durante todo o ano, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, mediante agendamento prévio junto ao IEF. O Baleia não possui área de camping e a visitação deve ser feita no período diurno.
Ângela Almeida