Foto: Evandro Rodney
O Parque Estadual do Itacolomi, nos municípios de Mariana e Ouro Preto, pode ser visitado de terça-feira a domingo
Após ficar temporariamente fechado devido à ocorrência de casos de febre amarela em seu entorno, o Parque Estadual do Itacolomi será reaberto à visitação a partir desta quinta-feira, 8 de fevereiro. A medida passa a valer mediante apresentação da carteira de identidade e do cartão de vacina atualizado, além da assinatura de um termo de responsabilidade, em que o visitante declara ter se imunizado há pelo menos 10 dias. A unidade de conservação, gerenciada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), está localizada nos municípios de Mariana e Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais.
As visitas no parque foram suspensas em 21 de janeiro, por recomendação da Secretaria de Estado da Saúde (SES), uma vez que quatro casos de febre amarela silvestre e ainda duas mortes pela doença foram registradas em Mariana. O Itacolomi tem 70% de seu território neste município, mas, segundo a gestora do Parque Estadual do Itacolomi, Maria Lúcia Yañez, o fechamento ocorreu por precaução, uma vez que não houve morte de macacos na área. “A morte dos primatas funciona como alerta epidemiológico para a circulação do vírus da febre amarela. Sendo assim, não houve indícios de focos de contaminação da doença dentro da unidade”, disse.
Ainda assim, a exigência de apresentação dos documentos é válida para todos os visitantes e vai prevalecer por tempo indeterminado, enquanto houver orientação da SES. Para o período de carnaval, que se aproxima, e quando é grande a procura por áreas de camping e visitação no parque, é importante que as pessoas se atentem à nova regra já na programação do passeio. “Há vagas de camping para quem deseja passar o carnaval no parque, mas é importante não esquecer de trazer o cartão de vacinação, pois ele é o passaporte para entrada”, afirmou Maria Lúcia.
O diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Henri Dubois Collet, reforça o autocuidado. “É importante as pessoas se conscientizem em relação à preservação da própria vida, se vacinando e apresentando o cartão, a fim de que todos tenham uma visitação segura e tranquila”, disse Henri.
A decisão de retomar as visitas na unidade de conservação se deve à grande demanda da população em busca de lazer no parque. De acordo com a gerente da Diretoria de Unidade de Conservação do IEF, Cecília Vilhena, não há motivos para privar as pessoas vacinadas de visitarem a reserva ambiental. “O risco de contrair a doença não está limitado ao interior do parque, mas a toda a região. Além disso, só vamos permitir a entrada de pessoas já imunizadas e que não correm risco”, disse.
Foto: Evandro Rodney
A unidade de conservação abriga espécies da flora de rara beleza
Informe Epidemiológico
Desde o início do 2º semestre de monitoramento da febre amarela, período que teve início em julho de 2017, foram confirmados 164 casos da doença em Minas Gerais. Destes, 61 pessoas morreram. Mais 301 casos continuam em investigação.
Atualmente, a cobertura vacinal contra febre amarela em Minas Gerais está em torno de 83,38%. Ainda há estimativa de que cerca de 3,2 milhões de pessoas ainda não tenham se vacinado, especialmente na faixa-etária de 15 a 59 anos de idade, que também foi a mais acometida pela epidemia de febre amarela silvestre ocorrida em 2017. Entre os 853 municípios do Estado, 37,63% (321) deles não alcançaram 80% de cobertura vacinal; outros 33,65% (287) dos municípios têm entre 80% e 94,9% de seus moradores vacinados. Com cobertura acima de 95%, estão 28,72% (245) das cidades mineiras que têm recomendação de vacina.
Educação Ambiental
Em meio aos esforços de combate à febre amarela, é sempre importante destacar que os macacos não transmitem a doença aos humanos. Assim como o homem, eles são vítimas da doença e ainda ajudam no trabalho de prevenção, pois, quando contaminados, indicam que o local onde vivem pode ter um foco dos mosquitos transmissores infectados com o vírus. Assim, os macacos contribuem para o trabalho de zoonoses, na eliminação dos focos da doença e na elaboração das estratégias de prevenção, como isolamento de áreas.
Vacinação é importante ação preventiva
Em Minas Gerais a vacina é aplicada em pessoas acima dos 9 meses, que ainda não tenham recebido nenhuma dose. Na situação atual, com circulação comprovada do vírus da febre amarela na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e casos confirmados da doença em residentes no município, com transmissão ocorrida fora da capital, a vacinação também está sendo aplicada em pessoas acima de 60 anos, gestantes e lactantes.
No caso de idosos, se necessária for, a avaliação para receber a vacina pode ser feita por qualquer profissional de saúde, inclusive os que atuam nas unidades básicas de saúde. Esta orientação segue determinação do Ministério da Saúde.
Casos em que a vacina é contraindicada e não é aplicada
- Crianças menores de 9 meses de vida
- Pessoas com alergia grave ao ovo ou outro componente da vacina
- Portadores de imunossupressão grave
- Pessoas em uso de corticoide em doses elevadas
- Portadores de doenças: lúpus, artrite reumatoide, doenças de Addison e do Timo (miastenia gravis, timona).
Proximidade do Carnaval, necessidade de imunização
Com a aproximação do período do carnaval é importante que as pessoas se imunizem contra a febre amarela o quanto antes. A vacina só confere imunidade contra a doença contados 10 dias de sua aplicação, que é o tempo necessário para o organismo produzir os anticorpos necessários contra a doença.
“Além disso, Minas Gerais é área de recomendação de vacinação e, por isso, as pessoas que viajam para o Estado devem estar imunizadas”, destaca Rodrigo Said, subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES.
Vale destacar, porém, que o risco de contrair febre amarela não aumenta em ambientes lotados de pessoas, como é o caso das festas de Carnaval e blocos de rua. Isso porque a doença não é uma contagiosa, ou seja, não se transmite de pessoa a pessoa; somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da doença.
“O risco de contrair febre amarela existe onde há circulação viral, independentemente do número de pessoas. Minas Gerais é um Estado onde há circulação viral. Por isso, a melhor forma de se prevenir é mesmo se vacinar”, reforça Said.
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Wilma Gomes
Ascom/Sisema