A modernização dos viveiros de produção de mudas do Instituto Estadual de Florestas (IEF) é uma das medidas para estimular a recuperação das florestas de Minas Gerais. Ações como essa fazem parte do trabalho da área ambiental do Governo de Minas que comemora nesta terça (21/03), o Dia Internacional das Florestas, data instituída pela Organização das Nações Unidas, em 2012.
Parte desse esforço terá início nesta terça-feira (21), no município de Sete Lagoas, com uma reunião que envolverá a equipe de desenvolvimento florestal do IEF para traçar a estratégia que definirá as medidas para melhorar as condições e a produção dos viveiros florestais da instituição. “É o primeiro passo para a retomada dos programas de fomento florestal que são fundamentais para a recuperação de florestas no Estado”, afirma o diretor-geral do IEF, João Paulo Sarmento.
Os primeiros viveiros que devem passar por reformas estão localizados na área de ocorrência do bioma Mata Atlântica. O Projeto de Recuperação do bioma, o Promata II, aplicará recursos de cerca de R$ 1,5 milhão que serão destinados às unidades de Leopoldina e Ubá, na Zona da Mata, de Lavras, no Sul de Minas, e de Governador Valadares, no Leste Mineiro. O IEF participa, também, do Projeto de Plantio e Recuperação de Nascentes e
Áreas degradadas – Plantando o Futuro. A iniciativa, coordenada pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) visa o plantio de 30 milhões de árvores até dezembro de 2018, em todos os 17 territórios de desenvolvimento de Minas Gerais.
Sarmento afirma que Minas Gerais vem realizando um esforço para reduzir o desmatamento e a recuperação de seus biomas. “A recuperação dos viveiros é importante para fornecimento de mudas, utilizadas no trabalho de recuperação”, destaca. Atualmente, o IEF administra 62 viveiros, que têm capacidade de produção de seis milhões de mudas por ano.
Os viveiros são responsáveis pela produção das mudas que são usadas nos programas de fomento desenvolvidos pelo IEF. As mudas são usadas em plantios em propriedades rurais, cujos donos têm intenção de recuperar áreas degradadas, nascentes e outras áreas de preservação permanente. “Os produtores rurais interessados se cadastram junto ao Instituto e recebem mudas, insumos e orientação técnica para realizar da forma correta os plantios”, explica João Paulo Sarmento.
Mata Atlântica
O trabalho desenvolvido em Minas Gerais já tem reflexo, por exemplo, no estudo anual que a organização não governamental Fundação SOS Mata Atlântica que mede o desmatamento em áreas do bioma. O Estado deixou o topo do ranking que ocupava há anos e reduziu em 34% o índice de desmatamento.
Em 2015, somente no bioma Mata Atlântica, cerca de 2,5 mi hectares de floresta nativa foram recuperados. Foram produzidas, nos viveiros administrados pelo Estado e por entidades parceiras, cerca de 724 milhões de mudas de espécies nativas. Aproximadamente mil produtores rurais foram beneficiados. “O fomento florestal também ajuda a manter o equilíbrio ambiental, garante a diversidade biológica, a produção da água, o equilíbrio climático, a qualidade do solo e contribui para reduzir a pressão sobre as florestas nativas”, ressalta Sarmento.
Minas é um dos Estados brasileiros que possui maior parcela de vegetação nativa. No Estado podem ser encontrados três biomas: Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Segundo o Mapa da Cobertura Vegetal de Minas Gerais cerca de 34% do seu território ainda possui vegetação original.
Ascom/Sisema
Emerson Gomes