Grutas de Minas Gerais revelam traços da pré-história e belezas naturais

Notícia

Ter, 29 abr 2014


Uma das mais importantes áreas de visitação de cavernas do Brasil, a Rota Peter Lund será uma atração para os visitantes que vierem a Minas durante a Copa. O visitante que chegar a Minas Gerais durante a Copa do Mundo vai encontrar paisagens estonteantes e históricas. A Rota das Grutas de Peter Lund, por exemplo, é uma das mais importantes áreas de visitação de cavernas do Brasil. Somando mais de 2,4 mil hectares de áreas naturais, a região possui cerca de 50 cavernas e 170 sítios arqueológicos.

A rota passa pelos municípios de Belo Horizonte, Cordisburgo, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e Sete Lagoas, reunindo sete marcos principais: o Museu de Ciências Naturais - PUC Minas (Belo Horizonte), o túmulo Dr. Peter W Lund (Lagoa Santa), o Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire (Lagoa Santa), o Museu Peter Lund (Lagoa Santa), o Receptivo Gruta Rei do Mato (Sete Lagoas), o Museu da Gruta do Maquiné (Cordisburgo) e Museu Casa Guimarães Rosa (Cordisburgo) . A área abrange ainda três unidades de conservação: o Parque Estadual do Sumidouro, em Lagoa Santa e Pedro Leopoldo; o Monumento Natural Gruta Rei do Mato, em Sete lagoas, e o Monumento Natural Peter Lund, em Cordisburgo.

Foto: Carlos Alberto/Imprensa MG

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Iluminação em led valoriza a beleza da Gruta de Maquiné

De acordo o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), 111 mil turistas visitaram a Rota Lund (Parque Estadual do Sumidouro, o Monumento Natural Gruta Rei do Mato e o Monumento Natural Peter Lund) em 2013, o que demonstra o potencial turístico da região. “A Rota Lund está sendo preparada para receber visitantes e esperamos aumentar cada vez mais o fluxo turístico nessa região, tão importante para a história da humanidade. Por ser perto da capital, é um atrativo que temos indicado bastante para os turistas que vem para a Copa do Mundo”, afirma a subsecretária de Turismo, Silvana Nascimento.

Roteiro

O roteiro começa no Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, na capital mineira. São sete exposições fixas que guardam parte da história do naturalista dinamarquês Peter Lund (1801-1880). Um dos destaques é a réplica do crânio de Luzia, um dos mais antigos registros de humanos já encontrados nas Américas.

A segunda parada é em Lagoa Santa, que abriga a Gruta da Lapinha. Localizada no Parque Estadual do Sumidouro, a gruta tem 40 metros de profundidade e 511 metros de extensão. Sua formação data de 600 milhões de anos. O interior da caverna é formado por ornamentações em formas variadas esculpidas pelo tempo, abrigando o Salão de Entrada, a Sala da Catarata, a Sala da Couve-Flor, o Salão da Catedral, a Sala das Pirâmides, o Canto do Abajur, a Sala dos Carneiros e a Galeria do Presépio. A maioria dos salões possui iluminação em LED, que valoriza as formações minerais predominantes: estalagmites (formadas no solo) e estalactites (formadas no teto).

A porta de entrada para a gruta é o Museu Peter Lund. Situado no Receptivo Turístico da Lapinha, guarda exposição arqueológica do acervo de Peter Lund, trazido do Museu de História Natural da Dinamarca. Foi inaugurado pelo príncipe herdeiro do país europeu, Frederik André Henrik Christian, e pelo ex-governador Antonio Anastasia, em setembro de 2012.

Ainda em Lagoa Santa, está o túmulo de Peter Lund e o Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire, com referências de políticas de proteção do patrimônio arqueológico e informações sobre a pré-história local.

A visita à Lagoa do Sumidouro é imperdível. Passando pela Trilha do Sumidouro, o percurso começa na Casa Fernão Dias, que foi ponto de passagem do bandeirante e de sua tropa, e segue para o mirante, de onde é possível vislumbrar toda a extensão da lagoa. No trajeto de volta, passa-se pelo paredão com pinturas rupestres de extrema importância arqueológica e histórica. O retorno é feito pela orla da lagoa, até o ponto de partida.

Sete Lagoas

O próximo ponto da rota é a Gruta Rei do Mato, no município de Sete Lagoas. A gruta tem 998 metros de extensão, dos quais 220 m estão abertos à visitação pública. Possui quatro salões com pinturas rupestres de aproximadamente 6.000 anos. As formações calcárias da caverna são raras no mundo. Lá, além das pinturas, foram encontradas ferramentas indígenas petrificadas.

Seguindo o roteiro, a próxima atração fica no município de Cordisburgo, terra do escritor Guimarães Rosa (1908-1967), onde se localiza a Gruta de Maquiné. A caverna de 650 metros de extensão é composta por sete salões: Vestíbulo, Colunas, Altar ou Trono, Carneiro ou Elefante, Piscinas e Fadas. A sétima câmara é dividida em duas partes, Dr. Lund e Cemitério, esta última fechada à visitação. Em Cordisburgo, é possível ainda visitar o Museu Casa Guimarães Rosa. No local onde funcionava o receptivo e o restaurante da gruta está instalado o Museu de Maquiné. Um túnel eletrônico leva o visitante a modernos painéis, vídeos e instalações interativas com curiosidades sobre o local. Réplicas de fósseis e de ossadas de animais podem ser encontradas no museu. A museografia foi montada de forma a conduzir o visitante desde a porta de entrada, com fitas de LED.

Linha do tempo – Peter Lund

1801 – Peter Wilhelm Lund nasce em Copenhague (Dinamarca).

1821 – Forma-se em medicina pela Universidade de Copenhague, especializando-se em botânica e zoologia.

1825 – Viaja pela primeira vez ao Brasil, para São Paulo e Rio de Janeiro, onde fica até 1829, atuando como botânico.

1833 – Retorna ao Brasil, onde fica definitivamente, e traz consigo o botânico alemão Ludwig Riedel. Juntos, visitam vários estados.

1834 – Em Curvelo, Lund tem seu primeiro contato com cavernas e fósseis brasileiros.

1835 – Fixa residência em Lagoa Santa e começa a fazer escavações na região. Em Cordisburgo, encontra fósseis de animal extinto na Gruta de Maquiné.

1842 – Até esta data, Lund já havia explorado mais de 200 cavernas na região e descrito 115 espécies de animais, entre os quais o tigre de dentes de sabre.

1843 – Encontra na região vestígios de homens pré-históricos, que ficaria conhecido posteriormente como o Homem de Lagoa Santa.

1845 – Lund encerra suas atividades e envia sua coleção de cerca de 20 mil itens para a Dinamarca.

1880 – No dia 25 de março, aos 78 anos, morre em Lagoa Santa.

Carlos Alberto/Imprensa MG

Iluminação em led valoriza a beleza da Gruta de Maquiné

Fonte: Agência Minas