A Estação Ecológica da Mata dos Ausentes (EEMA), administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), passa a contar, agora, com mais uma ferramenta para assegurar a conservação de suas riquezas naturais. O Plano de Manejo foi aprovado no último mês de agosto, durante reunião da Câmara Técnica de Biodiversidade (CPB), do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e, após finalização entra em vigor.
Além de garantir a proteção de diversas espécies dos biomas Cerrado e Mata Atlântica, presentes na estação ecológica, o plano visa, ainda, buscar a proteção de recursos hídricos da região, a fim de melhorar a qualidade e disponibilidade de água e propiciar o desenvolvimento de pesquisas científicas. Outro objetivo é oferecer oportunidades para a prática de educação ambiental e interpretação da natureza.
Na opinião do analista ambiental da UC, Rodrigo Zeller, o plano “atende a uma determinação legal de que todas as unidades de conservação devem ter sua implantação orientada por um plano de manejo”. De acordo com ele, o estudo do plano consiste em um aprofundamento da realidade da UC e região, por meio do qual se estabelece o zoneamento da área e são definidas propostas de manejo e gestão. “O plano serve de guia prático para organizar as atividades, os projetos, a equipe e definir os rumos e prioridades para o manejo. Ademais, orienta e contribui para a formação de parceiros e na captação de recursos”, disse.
Zeller também ressaltou que a elaboração desse tipo de plano exige um estudo aprofundado de alto custo e requer ajuda externa. “Nesse trabalho específico, os escritórios regionais do IEF, juntamente com a Gerência de Unidades de Conservação do IEF, em Belo Horizonte, participaram do estudo da elaboração do documento, contando com apenas uma consultora externa”, afirma. O analista defende a capacitação técnica dos servidores do IEF, de modo que, esses trabalhos futuramente possam ser elaborados pela própria equipe técnica do órgão.
A EEMA é uma unidade de proteção integral e tem como finalidade a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. A visitação pública na estação é proibida, exceto, em casos de caráter educacional. Quanto à pesquisa científica, a visita depende da autorização prévia do IEF. Esse tipo de unidade de conservação, de uso mais restritivo, se configura como uma das estratégias mais eficazes para garantir a diversidade biológica e do patrimônio natural.
Crédito: Acervo EEMA
A estação ecológica é um importante refúgio para a fauna da região
No que diz respeito às normas de manejo, as atividades permitidas são de proteção, monitoramento ambiental e pesquisa científica. Elas devem ser realizadas de modo a não comprometer a integridade dos recursos naturais ali encontrados, além de serem adotadas as medidas necessárias para manter as qualidades ambientais encontradas nessa zona.
O supervisor regional do IEF, Edmar Monteiro Silva, ressalta que “o plano de manejo permite ao órgão ambiental e seus servidores uma gestão apoiada em informações técnicas oriundas de um diagnóstico robusto da Unidade de Conservação”. Ele enfatiza que “tal diagnóstico e seu planejamento baliza a tomada de decisão segura do gestor, visando atingir os objetivos da UC”.
Estação Ecológica Mata dos Ausentes
A Unidade de Conservação é administrada pelo IEF, e foi criada pelo decreto de 23 de setembro de 1974, modificado em 28 de dezembro de 1994. Abrange uma área de 498 hectares e está situada no município de Senador Modesto Gonçalves. A estação ecológica está inserida no mosaico de áreas protegidas do espinhaço: Alto Jequitinhonha – Serra do Cabral.
Outras unidades de conservação neste mosaico são o Parque Nacional das Sempre Vivas, PE da Serra do Cabral, PE do Biribiri, PE do rio Preto, PE do Pico do Itambé, PE Serra Negra e as áreas de proteção ambiental Água dos Vertentes, Felício dos Santos, rio Manso, Serra do Gavião, Barão e Capivara, Serra de Minas e Serra do Cabral. A estação está localizada na bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha, na unidade de planejamento e gestão de recursos hídricos do rio Araçuaí.
Encontra-se em uma área de intensa atividade humana e fornece importante refúgio para fauna. A vegetação é de campos densos, cerrado e restos de Mata Atlântica. Na fauna pode-se destacar o tamanduá, tatu-canastra, lobo-guará e jaguatirica.
O horário de funcionamento para fins científicos e educativos é de terça-feira a domingo, de 8h às 17h.
Ascom/Sisema