Nesta quinta-feira (24), em cerimônia no Parque Estadual do Itacolomi, foram entregues diplomas de Mérito Florestal à pessoas e empresas que obtiveram maior destaque no estado de Minas Gerais com relação à proteção e desenvolvimento florestal. A entrega foi feita pelo diretor-geral em exercício do Instituto Estadual de Florestas, Shelley de Souza Carneiro. Os homenageados foram escolhidos por Comissão Especial estabelecida pelo IEF e separados por quatro categorias: produção rural, técnica, acadêmica e seguimento empresarial. O diploma de Mérito Florestal é entregue desde 1969, contabilizando 184 empresas e indivíduos premiados.
Um dos premiados este ano foi Robson Braga Andrade, produtor rural e proprietário de fazendas na região de matozinhos. O produtor realiza atividades de explorações silvipastoris o reflorestamento com eucalipto e pecuária, sendo que uma de suas propriedades, a fazenda Fidalgo, tem área total de 700 hectares. Na propriedade Robson Braga possui 50 hectares de Área de Preservação Permanente preservados e 292 hectares de área nativa protegida, garantindo a preservação ambiental da água, solo, fauna e flora. A propriedade foi considerada pela comissão um agente multiplicador da recomendada técnica de Integração de Pecuária e Floresta, sendo um bom exemplo de aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável.
O engenheiro agrônomo e superintendente de Desenvolvimento Sustentável e Relações Corporativas da V&M do Brasil, Antônio Claret de Oliveira foi premiado na categoria “técnica”. Claret tem experiência de 32 anos em reflorestamento e atualmente é presidente da Câmara de Indústria de Base Florestal da Federação da Indústrias de Mina Gerais (Fiemg). Claret afirma que “o prêmio reconhece as lideranças que participam no setor produtivo do trabalho que busca a sustentabilidade. Identificar estas lideranças é uma forma de garantir a continuidade dessa busca pela sustentabilidade. A iniciativa do governo de valorizar estas quatro categorias é uma forma de facilitar a identificação dos líderes e assim criar esperança para um futuro melhor.” Em suas atividades no setor florestal, Antônio Claret tem prestado relevantes contribuições, principalmente quanto ao aumento de produtividade na Silvicultura, como também implantação dos corredores ecológicos.
No segmento empresarial, a agraciada foi a empresa Arcelor Mittal Bioenergia Ltda, que atua no setor florestal mineiro. A empresa possui uma área de 171.000 hectares reflorestados com eucalipto e 72.000 hectares com matas de espécies nativas. As áreas de preservação permanente da empresa são todas protegidas conforme determina a legislação vigente. A cobertura florestal é superior a 51% e a reserva legal está averbada em cartório. A Arcelor Mittal Bioenergia financia pesquisa no campo da Silvicultura com a Sociedade de Investigação Florestal da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e o Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais da USP. A Empresa também vem desenvolvendo ações na preservação do meio ambiente nas comunidades onde atua, em espcial no campo da educação ambiental, prevenção e combate a incêndios florestais, fornecimento de informações climatológicas.
Na categoria acadêmica, o professor Sebastião Renato Valverde, funcionário no departamento de engenharia florestal da Universidade Federal de Viçosa, recebeu o mérito pelo seu trabalho desenvolvido na área de legislação florestal, considerado um relevante benefício para o setor florestal mineiro. Ele declarou estar muito honrado por ser o escolhido. “É um reconhecimento importante no trabalho desenvolvido por mim na universidade. Procuro em meu trabalho valorizar o ser humano, enquanto o homem não for valorizado, o meio ambiente não será sustentável. No momento deve-se procurar um terceiro modelo de desenvolvimento já que em uma primeira fase houve uma valorização da produção a qualquer custo e no segundo uma posição extremista de proteção”, completou Renato.
Comissão Especial
A Comissão Especial é formada pelo Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), e um representante das demais instituições, sendo elas a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Sociedade Mineira de Engenheiros Florestais (SMEF), a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Associação Brasileira de Carvão Vegetal (ABRACAVE) e por fim, a Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG), totalizando assim nove integrantes. Ela se reúne uma vez por ano, sempre no segundo semestre e concede por ano quatro diplomas de Mérito Florestal, sendo eles destinados a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado ou público, com relação ao ano anterior à reunião.
O presidente da Comissão Julgadora, José do Carmo, relatou sobre os critérios utilizados este ano, para a escolha dos homenageados. Ele ressalta que em todas as categorias foram avaliados os projetos desenvolvidos nas áreas florestais de Minas Gerais, àqueles que não possuem passivo ambiental, os que possuem reserva legal registrada em cartório, preocupação em conservar recursos naturais renováveis na exploração da propriedade, aplicação de conceitos de desenvolvimento sustentável, participação em encontros, cursos e afins referentes à conservação dos recursos naturais renováveis e se são agentes multiplicadores na comunidade com relação às atividades de reflorestamento. “Na categoria acadêmica acrescentamos outros critérios, como o desenvolvimento de trabalhos relacionados à pesquisa de silvicultura e repassando-os a instituições de pesquisa e extensão ambiental e a difusão de inovações tecnológicas”, explicou José do Carmo.
Fonte: Ascom/ Sisema
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